segunda-feira, fevereiro 25, 2008

o estado da arte

Violência nas escolas por Alice Vieira

Li num jornal que a senhora ministra da Educação está contente. E, quando os nossos governantes estão contentes, é como se um sol raiasse nas nossas vidas.
E está contente porque, segundo afirmou, a violência nas escolas portuguesas, afinal, não existe.
Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam a vingar nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam agora. Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu, anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas gostam de ver em qualquer telejornal.
Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros, naifadas e o mais que houver.
Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela calada, mais insidiosa.
Uma violência mais "normal".
E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da violência.
Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados...) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si...", isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado tarde...)
Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada".
Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer dia - querem lá ver? - até fumam...
Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios incompreendidos.
Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.
Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério.
E então em estilo filme americano.
Com tiros, naifadas e o mais que houver.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

As 12 palavras favoritas

Então, seguindo a cadeia que a minha querida Mood me destinou, aqui vai:

Arte - é a palavra que mais adoro. Devido à sua ambiguidade e por abarcar coisas que envolvem o meu trabalho e a minha terapia de vida.

Esquizóide - porque, finalmente, posso dar um nome ao estilo comportamental de uma pessoa muito-muito próxima.

Cinéfilo - porque sim, deriva da palavra cinema (a qual venero também).

Híbrido - não da parte dos carros, mas da parte da biologia.

Insustentável - é uma palavra que utilizo bastante, principalmente no que se refere agora à implementação do modelo de avaliação para os professores.

Independentemente - adoro-adoro!

Literatura - a minha profissão de sonho seria estar rodeada de livros. Literatura foi a palavra que mais escrevi em toda a minha vida, associada a (ilustração infantil).

Senhora ou Senhor - gosto de apelidar por senhor/a as pessoas que não conheço, independentemente de praticarem boas ou más acções. Apanhei o hábito de dizer esta palavra através de uma amiga. Tenho este "tic" - imitar as palavras que os outros utilizam.

Piursa - Acho um piadão e utilizo. Alguém me sabe dizer se esta palavra existe?

Feedback - Estou sempre à espera de um, seja num email, seja num sms. Acho falta de educação quando as pessoas não respondem.

Dissidente - não sei porquê.

Bicla - acho uma palavra engraçada, mas não utilizo muito.


domingo, fevereiro 10, 2008

Sweeney Todd


Never Forget.
Never Forgive.
Já não bastava a árvore da "Lenda do cavaleiro sem cabeça" e agora em Sweeney Todd. O meu amigo Tim está cada vez mais sanguinário. E o meu amigo Depp, sempre bem, até num musical. Sangue muito muito sangue.

sábado, fevereiro 09, 2008

Já me calaram, satisfeitos?

Podem calar-me aqui no blog, mas não me podem calar fisicamente. E, enquanto eu puder, vou dizer ao Mundo por tudo o que passei enquanto estive na APELAÇÃO. Eu quero libertar-me de tudo isso, mas vocês continuam por aqui, são os meus FANTASMAS, não me bastam os pesadelos e o carro completamente riscado, para o qual olho TODOS OS DIAS e TODOS OS DIAS me lembro pelo que passei. Um carro que me custou TANTO a pagar e que foi riscado com TANTO prazer. Pura violência gratuita. Ninguém fez nada, nem vão fazer. Sem falar de outras coisas muito mais graves... EU TEREI SEMPRE A MINHA LIBERDADE DE EXPRESSÃO e essa ninguém ma tira ;)

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Little Miss Sunshine


É um filme que não me canso de ver. O grande problema foi a tradução portuguesa empregar ao título original "Uma família à beira de um ataque de nervos" - nada menos apropriado, mas enfim... Vale mesmo a pena. Muita atenção a todas as mensagens inerentes.


“Losers are people who are so afraid of not winning, they don't even try.”ALAN ARKIN (Edwin Hoover)"Little Miss Sunshine!

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

ilustração para a infância em 1976